Oficiais da GNR

A estruturação de um Estado de Direito tem como objetivo primordial proporcionar aos seus cidadãos todos os pressupostos básicos para que vivam com segurança e tranquilidade públicas. Ora, para se atingir este desiderato é necessário que, por um lado, exista liberdade para se desenvolverem determinadas ações e uma multiplicidade de comportamentos e que, por outro lado, estejam reunidas todas as condições de segurança para que esses mesmos direitos possam ser exercidos. Assim, a liberdade e a segurança apresentam-se como pilares  fundamentais para qualquer Estado que pretenda assegurar a democracia  e garantir o acesso dos cidadãos ao pleno exercício dos seus mais elementares direitos de cidadania. Caso contrário, se vivermos numa sociedade que não consiga manter, de forma concreta, real e harmoniosa, estes dois pilares fundamentais, facilmente se verificará que a liberdade sem segurança derivará para a anarquia e que a segurança sem liberdade será sinónimo de autoritarismo, ou seja, segundo Naím (2014:325) "Quando está excessivamente concentrado, o poder produz tirania. No extremo oposto, quanto mais fragmentado diluído se torna o poder, maior é o risco de anarquia - um estado no qual não existe ordem.". Pontos Fortes da Obra: 1) Estamos perante uma  obra que lança um "olhar sociológico" sobre os Oficiais da Guarda Nacional Republicana, de acordo com um modelo de análise estabelecido que permitiu não só indagar sobre as razões que motivam os jovens a concorrerem a Oficial, como possibilitou identificar as diferentes modalidades de acesso ao quadro, as suas vivências pessoais, expetativas e orientações profissionais, num quadro de análise, interação e conexão estabelecido pelas diferentes variáveis determinadas para o efeito, alicerçada numa estratégia metodológica de  carácter quantitativo com recurso ao inquérito por questionário. 2) Como elementos subjacentes à investigação, aborda-se o uso da força pelo Estado, a necessidade de criação das Forças de Segurança, o conceito de polícia, discutido à luz de uma profissão ou ocupação, debatem-se ainda as dificuldades que se apresentam ao estudo da polícia e, averigua-se das orientações profissionais, bem como da existência de uma cultura diferenciada dos Oficiais e dos alunos, utilizando para o efeito o modelo de Charles Moskos. 3) Um livro que pretende chegar não só às forças de segurança mas igualmente a um público universitário. Será posicionado como instrumento de estudo e adoptado em diversos estabelecimentos de ensino civis e militares.